Cântico de Amor Infinito
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Iansã sua saia esvoaçou,
Soprou com força o vento
Furacão lavou o lamento…
Outono então chegou frio
E Oxum banhou do ouro de um rio
As folhas verdes de Oxóssi…
Ogum enfincou sua espada na terra
Na explosão de um vulcão, folhas e sementes se espalharam
E naquele verão, uma trovoada de Xangô se ouviu da cachoeira.
Flores douradas, calor e som se propagaram por Aruanda
Materializaram em música na primavera por Oxalá
Ela atravessou a encruzilhada de Exú no inverno
Saudada pelo rum, bebida das falanges de piratas e marinheiros
Canção dos Orixás, selada pelo bardo, em uma garrafa no mar
Beijada, navegou como um barco, nos braços de Iemanjá
Que gravou nela sua voz mágica, serena e suave
E então a pôs em uma grande e bela concha
Cantando: “Mo sọ ọ di ikarahun ‘murex atratum’ 🎶”
Ouvi a sereia me chamar de longe
E pulei as 7 ondas
Até que chegou a mim em meus pés
A carreguei no peito
E então entreguei tudo
(absolutamente tudo!)
Para você
Esse cântico do meu amor infinito.

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